domingo, 23 de maio de 2010

Sorrir é mesmo o melhor remédio aponta estudo


(Foto: Getty)
Sorrir faz bem à saúde. É o que aponta um estudo da Universidade Wayne, em Michigan, nos Estados Unidos. De acordo com os pesquisadores, quanto mais largo o sorriso de uma pessoa, maior a sua expectativa de vida.
O estudo baseou-se na análise de 230 imagens de jogadores da Liga de Baseball americana de 1952. Cada figura foi listada com informações pessoais dos esportistas, considerando idade, peso, altura e estado civil. Em seguida, as expressões faciais das fotografias receberam classificação de acordo com seus sorrisos e linhas de expressão.



Os dados foram, então, cruzados e os resultados indicaram que os jogadores que "sem sorriso" viveram em média 72,9 anos, enquanto os que apresentaram "sorriso parcial" chegaram aos 75. Já os mais sorridentes atingiram quase uma década a mais, no geral 79.9 anos.
A pesquisa ainda ressaltou que os sorrisos falsos e "amarelos" não puderam ser considerados. Apenas os que demonstraram genuína felicidade atingiram uma maior expectativa de vida.

Esperança dobrada, Duas novas classes de remédios contra a aids

Saúde

Remédios contra a aids
deverão reforçar o coquetel que salva vidas


Adriana Dias Lopes Como a aids permanece incurável, a medicina concentra boa parte de seus esforços em torná-la uma doença passível de ser mantida sob controle. Nos últimos anos, avançou-se muito nesse sentido, mas a batalha contra o HIV ainda esbarra na capacidade de o vírus ganhar resistência aos medicamentos disponíveis. "O HIV se adapta de uma maneira fenomenal. Ele sempre arruma um jeito de driblar os ataques e infectar o organismo", diz o infectologista Artur Timerman, do Hospital Albert Einstein. Hoje, 30 000 brasileiros já não respondem ao tratamento com o coquetel de remédios que significaram uma revolução na década passada. Para eles, a maior esperança é a criação de novas drogas. Um grande passo foi dado na semana passada, com a aprovação pela FDA, a agência americana de controle de remédios, de uma substância chamada maraviroc, fabricada pelo laboratório Pfizer. Ela inaugura uma nova classe terapêutica contra o vírus da aids.
O ineditismo está no fato de o remédio proteger células de defesa do organismo antes mesmo do ataque do HIV. É como se ele impermeabilizasse o maior alvo do vírus (veja o quadro). Um estudo com 600 voluntários mostrou que, entre os que usaram o remédio, havia o dobro de células de defesa intactas. Os primeiros a tomar o maraviroc serão os pacientes que já experimentaram pelo menos duas combinações diferentes do coquetel, sem nenhum benefício. A próxima etapa será testar o medicamento em infectados em início de tratamento. Nos Estados Unidos, o maraviroc será comercializado sob o nome de Selzentry – no Brasil, o Celsentri, como será batizado, já está em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e deverá chegar às farmácias do país até o fim do ano.
Há ainda um segundo anti-retroviral, também de ação inédita, em fase de análise pela FDA. O raltegravir, da Merck Sharp & Dohme, age bloqueando a enzima integrase, envolvida em uma das etapas de replicação do vírus HIV. Os estudos com o remédio constataram que, dos quase 500 pacientes submetidos ao tratamento com o raltegravir, 75% tiveram sua carga viral reequilibrada. Esse medicamento deve chegar em breve ao mercado brasileiro. No início da epidemia da aids, na década de 80, entre o diagnóstico da doença e a fase terminal transcorriam, em média, cinco meses. A criação do coquetel, há coisa de dez anos, permitiu prolongar a vida dos portadores do HIV por tempo indeterminado. Hoje, o conjunto mais usado no Brasil é composto de dezessete medicamentos, de quatro classes distintas. É muito provável, de acordo com os médicos, que as duas novas classes de drogas antiaids logo venham a fazer parte desse cardápio farmacêutico.

Ao clicar em cima da figura voce vai ver como agem os medicamentos

Além do HIV,...



Saúde
...os portadores do vírus da aids têm de enfrentar

o colesterol alto, o diabetes e a osteoporose
 
 
Adriana Dias Lopes Silvia Almeida, de 43 anos, convive com o HIV desde os 20, quando foi contaminada pelo marido. Em 1997, começou a ser medicada com o coquetel antiaids. Ela jamais manifestou algum sintoma da doença, até que, recentemente, durante uma consulta médica de rotina, descobriu que estava com excesso de gordura na corrente sanguínea, um importante fator de risco para os males cardiovasculares. Em menos de um ano, a concentração de triglicérides saltou de 100 miligramas por decilitro de sangue para 190. A de LDL, o colesterol ruim, de 150 para 250. O caso de Silvia é exemplar de um novo capítulo da história do tratamento da síndrome: o aumento da vulnerabilidade dos portadores do HIV, em tratamento com o coquetel antiaids, às doenças metabólicas. Entre esses pacientes, a incidência de hipercolesterolemia, por exemplo, chega a 60% – o dobro da registrada na população em geral.

Na história da medicina, são raros os registros de uma doença que tenha mudado tanto de características quanto a aids. No início da epidemia, na década de 80, a presença do HIV no organismo representava uma sentença de morte quase que imediata. Entre o diagnóstico e a fase terminal, transcorriam, em média, cinco meses. Com a chegada ao mercado do primeiro remédio anti-HIV, o AZT, lançado em 1986, os pacientes passaram a viver cerca de um ano com a doença. Só em meados da década passada, com a criação do coquetel antiaids, foi possível recuperar a capacidade do sistema imunológico dos infectados pelo vírus. Composto de dezessete medicamentos, de quatro classes distintas, o coquetel permitiu prolongar a vida dos portadores do HIV por tempo indeterminado. No Brasil, dos 600 000 soropositivos, 180 000 são beneficiados com o tratamento.



A contrapartida desse sucesso são as doenças metabólicas. Muitas delas se enquadram no grupo das reações adversas do coquetel. Outras são deflagradas por causa do longo tempo de exposição do organismo ao HIV.


Como esse é um campo de investigação médica ainda muito incipiente, não foram desvendados todos os mecanismos que deflagram o surgimento dos males metabólicos. Já se sabe, contudo, que alguns dos remédios do coquetel, especialmente os inibidores de protease, dificultam a absorção das moléculas de gordura pelas células. "Como tais medicamentos têm uma estrutura molecular muito parecida com a das enzimas que quebram a gordura, o organismo se confunde e essas enzimas perdem a função. Com isso, sobra gordura na corrente sanguínea", diz o cardiologista Bruno Caramelli, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia e do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. Esse é o primeiro passo para o entupimento das artérias. Outros remédios do coquetel podem também dificultar a ação da insulina no organismo, facilitando o aparecimento de diabetes. Há, ainda, o comprometimento da produção de vitamina D, essencial para a construção de um esqueleto forte.


Os estudos mais recentes indicam que, depois de muito tempo no organismo, o HIV danifica a parede dos vasos sanguíneos, deixando-os mais suscetíveis ao acúmulo de placas de gordura. Uma das primeiras – e mais conclusivas – pesquisas sobre o assunto foi publicada em 2004 na revista especializada Circulation, da Associação Americana do Coração. Os pesquisadores mostraram que, em apenas um ano, a espessura das artérias carótidas dos soropositivos aumentou 0,074 milímetro. Pode parecer pouco, mas não é, quando se leva em conta que a densidade esperada para uma carótida é de no máximo 1 milímetro. Principal canal de irrigação sanguínea do cérebro, uma carótida mais espessa torna-se mais rija e vulnerável a entupimentos. Se o suprimento cerebral de sangue é interrompido, a ameaça é de derrame.




Assim como ocorre com a população em geral, em portadores de HIV as doenças metabólicas podem ser revertidas com mudanças no estilo de vida. Silvia Almeida, por exemplo, não precisou recorrer a medicamentos para baixar os níveis de gordura no sangue. Bastou que ela aderisse a uma dieta saudável e à prática regular de exercícios físicos. Um dos poucos trabalhos sobre o impacto dessas mudanças nas taxas de triglicérides e de LDL, entre os infectados pelo vírus, foi realizado por médicos do Incor, em parceria com a Casa da Aids, do Hospital das Clínicas. Ter uma dieta balanceada, praticar caminhada de quarenta minutos quatro vezes por semana e abandonar o cigarro compõe uma rotina capaz de, em dois meses, normalizar as taxas de gordura no sangue de 20% dos soropositivos em tratamento com o coquetel. Depois desse período, aos que não conseguiram aderir a um estilo de vida saudável ou não conseguiram atingir a normalidade, foram dados remédios específicos para o controle de doenças metabólicas. Em cinco meses, todos eles estavam com taxas normais de colesterol e triglicérides.

Portadores do HIV enfrentam efeitos do tratamento

Trinta anos depois do início da epidemia mundial de Aids, uma coisa a ciência garante: é totalmente possível levar uma vida normal graças aos remédios, cada vez mais modernos.



Trinta anos depois do início da epidemia mundial de Aids, uma coisa a ciência garante: é totalmente possível levar uma vida normal graças aos remédios, cada vez mais modernos. 


Mas como mostra o doutor Drauzio Varella, o fato grave é que um em cada três portadores do HIV não sabe que tem o vírus e dez mil brasileiros ainda morrem todos os anos, vítimas da AIDS.

“Comecei a tomar medicação há seis ou sete meses, e eu era soropositivo há dez anos”, conta Paulo Rogério Alves, voluntário de ONG. “Tenho tido reações horríveis. Dor imensa no corpo, febre, não consigo comer nada que sinto tonrua, queimação no estômago.”

Receber o diagnóstico de HIV positivo não é mais uma sentença de morte. Existe tratamento. Mas isso não quer dizer que os problemas dos portadores do vírus desapareceram. É preciso tomar medicação todos os dias, religiosamente, para sempre, e ainda enfrentar os efeitos colaterais. Mas vale a pena. Seguindo o tratamento à risca, a vida melhora muito.


“Tomo nove comprimidos de manhã e nove à noite. Então tomo às 8h e às 21h, todos os dias. E não posso falhar com o medicamento. Às vezes tomo uma hora antes ou depois, mas não deixo de tomar”, explica Sérgio Rossi

“O importante é que tem que ter um horário. Não existe um medicamento que você tome depois do almoço, depois da chuva ou depois da novela. Faz uns dez anos que tomo medicamento e não sinto praticamente nada. Não tenho uma dor na unha, não sinto dor de cabeça”, diz Silmara Retti, do projeto Blablablá Positivo.

Sérgio Rossi pegou HIV porque usava droga injetável. Quando se casou com Silmara nem desconfiava. Não tinha nenhum sintoma. Os dois não usavam camisinha e ela também se infectou.

“Eu demorei um pouco para contar para eles porque no começo eu estava com receio da reação deles”, lembra Silmara.

“O começo foi barra. A gente pensou: ‘meu pai e minha mãe têm HIV. Vão morrer’”, diz o estudante Raphael Retti.

“Ela veio para mim e fechou a porta. Fiquei assustado. Ela falou que tinha HIV. Comecei a chorar”, descreve o estudante João Rossi.

“Depois ela explicou: ‘olha, mãe, vou tomar remédio direitinho’. Aí fiquei mais aliviada”, acrescenta a aposentada Maria Maffei.


Até 1995, existiam apenas três ou quatro remédios que pouco ajudavam no tratamento da Aids. Em 1996, surgiram os inibidores de proteases, muito mais eficazes no combate ao vírus. Esses novos medicamentos, associados aos que já existiam, formou o que o povo chamou de coquetel. Foi uma revolução. Muitos pacientes que estavam à beira da morte renasceram. Estão vivos até hoje e levam uma vida normal.

“Foi justamente na época em que eu estava amamentava o João que o Serginho caiu no banheiro, ele desmaiou o foi levado para a Santa Casa. Aí eu fui em uma visita. A gente não sabia o que realmente era. Pensamos que era um infarto ou derrame, porque ele ficou todo travado. Aí a médica me chamou no corredor e perguntou se eu não sabia o que o Serginho tinha. Eu falei que achava que era um derrame. Ela disse: ‘não, ele tem Aids’. Isso foi falando no corredor. Eu levei um baita susto. Eu disse: ‘como assm, Aids?’”, descreve Silmara.

De fato, o que ele teve não foi derrame cerebral. Foi toxoplasmose, uma doença transmitida por gatos e outros animais. Em pessoas saudáveis, a toxoplasmose não costuma causar complicações. Mas em quem tem Aids, o parasita se espalha por todos os órgãos, afetando até o cérebro.

“Eu faço pintura já há um ano e meio. Quando eu vi a foto do vírus HIV, achei ele interessante, bonito. Resolvi pintá-lo. Falei: ‘vou pintar e colocar na sala, para todo dia que eu olhar para ele eu ver o vírus do HIV’”, conta Sérgio Rossi, marido de Silmara.


Na Praia Grande, no litoral paulista, Paulo Rogério Alves prepara o almoço na entidade em que trabalha.

“Depois que comecei a tomar o coquetel, não tive muita vontade de comer. Ontem mesmo eu fui comer quase às 21h, sem tomar café ou lanche”, diz Paulo.

O professor Samir Amim, de Belo Horizonte, que conhecemos no primeiro episódio, iniciou o tratamento agora, cinco anos depois do diagnóstico.

“Na primeira semana, os efeitos colaterais foram difíceis, principalmente nas madrugadas. Tive algumas alucinações, muita tonteira, enjoo muito forte, acordava bambo”, lembra Samir.

“Uma vez eu caí e bati a cabeça no criado-mudo. Eu levantei e não consegui me escorar na parede”, conta Paulo.

“No começo, o meu rosto ficou todo pipocado. Eu tive febre, eu tive sintomas como se eu estivesse em uma fase ruim da doença”, diz Silmara.

“Houve pesadelos. Teve um momento que eu não conseguia saber se eu estava deitado na minha cama ou em pé. Eu não sabia”, continua Samir.

“Fiquei dez dias sem ir ao banheiro. Nossa, eu fiquei horrível. Depois de 20 dias, eu voltei ao normal como se nada tivesse acontecido”, conta Sérgio.

“Perco muito o apetite. Acho que isso está piorando. Para não fazer confusão com os comprimidos, tenho uma caixinha. Separo os comprimidos e os dias da semana”, explica Paulo.


Receber o diagnóstico de HIV positivo não quer dizer que você vai tomar o coquetel imediatamente. O médico vai acompanhar a progressão da infecção através de exames de sangue para definir o melhor momento para iniciar a medicação. O tratamento tem começo, mas não tem fim. O tratamento está cada vez melhor, os doentes tomam cada vez menos remédio, a doença fica controlada por muitos anos, mas não conseguimos curá-la.

“A gente ainda não tem uma resposta definitiva do porquê o vírus consegue escapar de medicamentos tão poderosos. Aparentemente, esse vírus, diferente de a maioria dos outros, tem uma capacidade de se esconder dentro das células do organismo. Ele fica incrustado no material genético das células, no que chamamos de cromossomos”, explica o infectologista Esper Kallás.

Na corrente sanguínea, o HIV encontra e penetra no glóbulo branco, célula envolvida na defesa imunológica do organismo. O vírus seus genes com os do glóbulo branco. Nesse processo, o glóbulo sem querer fabrica milhões de cópias de novos vírus. Ao sair do interior da célula, esses novos vírus provocam a sua morte, e vão infectar outros glóbulos para repetir o mesmo ciclo.

“A gente ainda não tem mecanismos e ferramentas para tirar o vírus desses locais”, completa o infectologista Esper Kallás.

Os remédios não conseguem eliminar o HIV do organismo, mas controlam a multiplicação do vírus e impedem que ele destrua as defesas imunológicas. A Organização Mundial da Saúde diz que nos próximos cinco anos as mortes por Aids podem diminuir 20% se o tratamento começar mais cedo.

Paulo continua firme na luta contra o vírus. Faz exames a cada três meses e todo mês volta ao posto de saúda da Praia Grande para buscar os remédios.

“Não seria fácil. Sem eles eu não conseguiria concluir nenhum sonho”, avalia Paulo.

Assim como ele, 250 mil portadores do HIV recebem gratuitamente os medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medicação contra o HIV não é vendida em farmácias.



“Cada paciente de HIV que toma o medicamento tem um custo de mais ou menos R$ 3 mil por mês, se ele precisasse pagar. É inviável”, calcula Silmara.

“O impacto disso no orçamento do Ministério é razoável”, diz o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão. “Metade do coquetel é de genéricos produzidos no Brasil por laboratórios públicos e empresas privadas parceiras. A outra metade é de medicamentos protegidos por patentes.”

Algumas pessoas pensam que, se pegar Aids, é só se tratar. Levar uma vida normal, tomando uns comprimidos. O que há de errado com esse raciocínio?

“Com tudo o que nós temos hoje, só no Brasil morrem mais de dez mil pessoas de Aids por ano”, argumenta o infectologista Esper Kallás.


Uma desculpa a menos: Fim do temido exame de toque retal

. Saúde

Uma desculpa a menos
Cientistas descobrem que a presença da molécula sarcosina
na urina indica a existência de tumores não benignos na próstata.
Pode ser o fim do temido exame de toque retal


A CÉLULA DOENTE Segundo tumor mais frequente entre os brasileiros, o câncer de próstata atinge 50.000 vítimas por ano

A resistência masculina a consultas médicas em geral, aliada a suscetibilidades específicas quando a questão esbarra em territórios interditos, tornou o exame de toque retal um espectro para grande parte dos homens. Para estes, uma boa notícia: o exame, até agora imprescindível para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, poderá ser substituído por um simples teste de urina. Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descobriram que a presença na urina da molécula sarcosina, um derivado do aminoácido glicina, é um indicativo da existência do tumor em sua forma não benigna. A parte não tão boa da novidade é que essa ainda é apenas uma possibilidade e serão necessários ao menos cinco anos para que o teste chegue ao mercado.


Segundo um dos autores do estudo, o patologista Christopher Beecher, os cientistas trabalham neste momento para tornar o exame mais sensível – ou seja, capaz de detectar a substância ainda que em quantidades reduzidas. Mesmo na hipótese de eles fracassarem (e, nesse caso, o adeus ao toque retal terá de ser adiado), o novo teste poderá ocupar o lugar de outro exame igualmente indispensável para o diagnóstico do câncer de próstata – aquele que mede o nível de PSA no sangue (e que aterroriza outro grupo de valentões: o dos que sentem a visão escurecer só de ver uma agulha). De acordo com Beecher, os estudos já mostraram que a detecção de sarcosina na urina tem uma acuidade maior que a do teste de PSA no sangue. Além dos avanços no diagnóstico, a associação da sarcosina com o câncer de próstata aponta para uma nova possibilidade terapêutica. A equipe de Michigan encontrou indícios de que a molécula não seria apenas um indicador da existência do tumor no organismo, mas teria também um papel no desenvolvimento da doença: ela estimularia o movimento das células cancerosas em direção aos tecidos saudáveis. Isso leva os cientistas a crer que, se puderem impedir a produção dessa substância, conseguirão também evitar que o tumor se alastre.
O teste de detecção da sarcosina não é o único candidato a substituir o toque retal: o de identificação da proteína EPCA-2 – encontrada no sangue e também reconhecida como um marcador da doença – deverá ser lançado em 2013. Essas perspectivas animam pacientes e médicos: "Todo exame menos invasivo ganha maior adesão das pessoas", diz o urologista Celso Gromatzky.

O que a descoberta pode trazer

Diagnóstico sem exame de toque

Hoje, para detectar precocemente a presença de células cancerosas na próstata, é preciso submeter-se a exame de sangue e de toque retal. A descoberta das funções da sarcosina pode viabilizar o diagnóstico da doença por exame de urina

Tratamento mais eficiente

Há indícios de que a sarcosina não apenas serve para indicar a presença de tumores na próstata, mas tem um papel no desenvolvimento da doença. Se os médicos conseguirem frear sua produção, é possível que também contenham o avanço do mal sem que ele evolua para uma metástase

Fontes: Christopher Beecher, da Universidade de Michigan, e Celso Gromatzky, urologista

Novo chocolate que promete acabar com as rugas

Nutrição




Livrar-se das rugas pode ter se tornado uma tarefa mais fácil - e gostosa. Acaba de ser lançado um um chocolate que combate o envelhecimento da pele e promete acabar com as rugas. Batizado de Acticoa, o produto foi criado pelo maior fabricante de chocolates do mundo, o grupo Barry Callebaut. A receita da novidade contém antioxidantes naturais que protegem a pele de radicais livres prejudiciais.
Estudos mostram que o consumo de apenas 20 gramas do chocolate por dia podem ajudar a prevenir as rugas porque o produto hidratada e melhora a elasticidade da pele. A chave do sucesso da fórmula anti-idade do Acticoa é que ela consegue preservar o antioxidante natural chamado flavonol, encontrado nos grãos de cacau mas geralmente destruído durante o processo de fabricação do chocolate. O flavonol ameniza os danos causados à pele por cigarro, poluição, cafeína e falta de sono – fatores que aceleram o envelhecimento.
O Acticoa agrada o público, mas não convence muitos especialistas. O que, aliás, é comum entre os produtos "amigos da saúde" da Barry Callebaut. Nos últimos anos, a empresa colocou no mercado o chocolate probiótico, o que não faz mal aos dentes e até uma versão balanceada do produto, que possui mais nutrientes do que os normais. Atualmente, a companhia conta com 7.500 empregados em 26 países e fatura cerca de 8 bilhões de reais ao ano.
Harry Vriens, da Barry Callebaut, confia na aposta da empresa. "Chocolate e saúde parecem não se dar muito bem, mas fazem uma combinação interessante: se posso comer algo que seja bom para mim e que eu goste, isso é muito bom", disse. Apesar da controvérsia, alguns cientistas garantem que o chocolate pode, sim, fazer muito bem à saúde. Estudos recentes revelam que o chocolate amargo ajuda a controlar a pressão e reduz riscos de derrame, já que possui grande quantidade de antioxidantes.

Ministério amplia prazo para vacinação e abre campanha para crianças de 2 a 4 anos

Saúde pública


A campanha de vacinação contra a gripe A (H1N1) foi ampliada. Para os adultos com idades entre 30 e 39 e gestantes, o prazo foi estendido para o dia 2 de junho. Além disso, a partir do dia 24 de maio, crianças com idades entre 2 e 4 anos e 11 meses poderão se vacinar. Antes, o grupo prioritário estabelecido pelo ministério imunizava apenas crianças de seis meses até dois anos de idade.
Para o novo grupo, o Ministério da Saúde vai destinar 10,8 milhões de doses da vacina. A imunização será feita em duas etapas: depois de 21 dias da primeira aplicação, as crianças deverão retornar ao posto de vacinação para a segunda meia dose.
A prorrogação da vacinação já havia sido anunciada pela secretaria municipal de saúde de São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul. Hoje, no meio do dia, o ministério ampliou para todo o país.
De acordo com dados divulgados pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, nesta sexta-feira, somente esses dois grupos - adultos de 30 a 39 e gestantes e crianças de seis meses a dois anos - não atingiram a meta da campanha, que era de vacinar 80% da população de cada grupo.
O balanço revela que, entre a população de adultos de 30 a 39 anos, apenas 37% foi imunizado. Entre gestantes, o total foi de 68%. Já a meta de imunização de mulheres grávidas foi atingida apenas nos estados de Goiás, Maranhão, Pará, Santa Catarina, Distrito Federal e Pernambuco.
A recomendação do ministério é que os municípios reforcem a campanha de vacinação para estes grupos.
Até agora, foram vacinadas 61 milhões de pessoas. Segundo o Ministério da Saúde, essa é a maior campanha de vacinação já realizada no Brasil, conta a da rubéola, que teve duração de seis meses no ano de 2008.
São Paulo - Em São Paulo, quem estiver dentro dos grupos de risco, como jovens de 20 a 29 anos, e perdeu o prazo de vacinação durante a campanha, também pode procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS). O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e as AMAs, de segunda a sábado, das 7h às 19h.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Beber demais causa envelhecimento precoce

(Foto: Getty Images)
Cientistas italianos descobriram mais um efeito negativo do consumo excessivo de álcool: o envelhecimento precoce. De acordo com os pesquisadores da Universidade de Milão, a bebida acelera o processo natural de envelhecimento das células - e pode também aumentar as chances de desenvolvimento de câncer.
O estudo mostra que o álcool causa inflamações nos telômeros - longas fitas de DNA que formam as extremidades dos cromossomos. Os telômeros tornam-se mais curtos a cada divisão celular. Naturalmente, com o passar dos anos, ficam tão curtos que impedem a divisão das células - o que as danifica seriamente ou até mesmo destrói. Esse processo é conhecido como "envelhecimento replicativo."
O consumo excessivo de álcool, segundo os pesquisadores, acelera o processo de "encurtamento" dos telômeros. Como tal diminuição é também a causa de alguns tipos de câncer, os cientistas alertam para o fato de que a bebida pode contribuir para o surgimento da doença.
"Pessoas que bebem em demasia costumam ter o olhar abatido e frequentemente têm a aparência envelhecida. Eles também costumam desenvolver doenças típicas do envelhecimento ainda jovens", explica Andrea Baccarelli, cientista que liderou o estudo.
Durante o estudo, os cientistas dividiram em dois um grupo de 250 voluntários -todos tinham idades e características físicas semelhantes. Os participantes do primeiro grupo bebiam mais do que quatro doses de álcool por dia. Os resultados mostraram que o comprimento dos telômeros foi drasticamente reduzido nesses voluntários. Em alguns deles, o comprimento dos telômeros caiu quase a metade.
A pesquisa foi apresentada na conferência anual da Associação Americana de Pesquisa do Câncer.